quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ana, anananda

Ana, ana banana, ananana, ana somente, sem letra maiúscula ana, Ana com letra maiúscula. Ana. Ana ao contrário. Será? Tanta Ana numa Ana só? - Que loucura! - Disse o médico.
- Será que dá pra internar, doutor? - mamãe, que doçura de pessoa.
- Melhor não contaminar a macacada. - somente, nada mais, me mandaram pra casa sem dopamina.
Jesus Cristo! Oh, só esse pra ter misericórdia. Erva, bota erva nesse chá, bota esse chá pra dentro e bota pra dentro essa coragem de respirar. Cadê o sentido? De que? De nada? De tudo? Sentido é coisa pra gente fraca da cabeça. Eu faço mil poemas com duas palavras, sei brincar com a fonética, aprendi algo sobre poema concreto, é isso mesmo, não sei o nome. Bom, posso fazer de uma reta mil círculos empilhados, ah, não queria saber como. Tive quatro, seis, talvez nove, maridos durante a vida. Todos foram altamente amados e me amaram em suas letra melódicas. Elvis, John, Travis, Jhonny, Erasmo, é muito amor pra uma vida só, e ainda me julgam insensível, vadia, discriminada pela classe gramatical dos que vivem sem plural. Diz pra mim três palavras no plural que têm o valor equivalente de felicidade by myself, três palavras no singular, tão satisfatórias. Erva? Li erva ali emcima. Um pouco de marijuana não faz mal a ninguém, quero ver elefantes voadores ainda hoje. Amigos, ai meus amigos, aqueles maconheiros de esquerda, sempre lutando pelo ideal errado. Querem igualdade, querem grana no bolso, mas ninguém quer bater papo com a senhora da esquina, ou com a tia do doce. Tão honestos e tão mesquinhos, ao mesmo tempo. Onde estão as normas da sociedade? Não parar pra dar bom-dia devia ser crime previsto na lei. Que me chamem de louca.
- No momento só procuro por café- disse eu mesma pro armário de biscoitos amanteigados.

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