terça-feira, 22 de outubro de 2013

Todo seu




É doce, e tem tanto medo, mas tanta coragem, e logo não tem mais nada. Se esconde por trás de uma realidade que lhe cerra os punhos, não quer nenhum desses sonhos que os outros insistem sonhar por ela. Não quer nem os doces, ou amores, responsabilidades, riqueza, beleza.. não quer.
Tão pequena e frágil, incerta, descrente.
Só queria que o amor lhe fosse decente.
Só quer um punhado de amor.
Custa tanto assim duas metades de verdade e um copo quente de café?
Ser anda lhe custando mais do que sustenta.
Ela se cansou de ser duas, três, quatro metades que juntas não são mais do que vazias.
Tão pequena, e tão frágil, e tão bonita.
Bonita até demais.
Do coração de mil compartimentos. E sonhos, milhares.

Ah, ela se cansou.

Hoje só quer um corpo quente pra apoiar a cabeça, uma dúzia de palavras sinceras e um beijo, que talvez nem seja de amor, mas que seja sincero. E que seja terno.
Que seja um beijo, pra fazer brilhar os olhos e o sorriso.
Pra fazer jus à beleza, tão somente sua.

Deixa a menina ser rosa, deixa ela ser ela.
Deixa ela amar, que amar já é tão pouco perto do que lhe carece por justiça.


Sonha, menina! Sonha que esse mundo já não merece mais esses teus olhos.
Sonha, que já não carece mais esse teu chorar.


O mundo é teu, menina. 
O mundo é teu, e de mais ninguém.





Presidente, serafim, diplomata...

Ai, vida. De qual que é, diz aí. Tudo tão complicado de remunerar nos tempos mais remotos. Há ódio, e desespero, e um interno ranger de dentes, que incomoda e atrapalha o sono da bailarina, já tão cansada de rodopiar. Não sabe da missa um terço, mas quer escrever contos de amor e sonetos de felicidade. Será que tem um meio termo? Será, foi breve, não teve nem ponto de equilíbrio. Ai menina, tu tem que ser alguém na vida, certo, grande, bom, mas, nasceu toda errada, toda cheia de defeito de fábrica, de anomalia genética, de coração partido. Era pra ser Maria, e não João. Era pra ser Maria, menina, não Maria João. Era pra ser doutora, era pra ser poeta de livro de gente grande, não era pra ser artista de botequim quebrado. Podia ter sido de muita beleza, de muito talento, não podia ter sido tão sonsa, e com tanto sono, e com tanto medo.

Ai vida, ai, menina.

Era pra ter sido mulher de verdade, era pra ter feito teu pai e tua mãe grandes rei e rainha, pra ter feito milhões de dois trigos dobrados, era pra ter sido tanta coisa. Não foi. Nem será.
Escolheu a felicidade, tão precária, tão irregular.
Se é que o nome certo é felicidade.

Era pra ter sido Mariana, mas escolheu ser Ana.
Ana, sua Banana.


terça-feira, 11 de junho de 2013

Vai cedo, tão cedo!

Foi dito e agora fica aí a bater na porta, essa verdade é traiçoeira, tem nada de simpática, e quer me fazer recorrer ao corte derradeiro, ao gole derradeiro de toda desgraça. Hora ou outra eu volto pra essa realidade desgastante de criar um novo jeito de viver, de cavar terra à dentro a procura de força de vontade, vontade, sabe-se lá, à procura de um cigarro sequer. E fica repetindo e repetindo, latejando dentro da mente, corroendo as membranas. Ah! Saí dessa vida, menino, saí desse poço de solidão que cá de fora cheira pó e carpete mofado. Vem virando a esquina o amor da tua vida, chove aqui fora o teu rum favorito, corre sem destino a felicidade, é tanta coisa pra viver, e tu, tu aí, nesse poço de descontentamento. Olha lá ,menino, olha a chuva, para pra ver as estrelas, corta fora essa corda que lhe prende o calcanhar. Vem! Vem, que um segundo pra quem nada viveu já é tempo demais.

Foi dito há algum tempo atrás, e há quem diga que o segundo não foi tempo suficiente, porque nem sequer existiu.



Ah, ele se jogou no poço, com corda e tudo mais, beijou a face da morte e pediu arrego ao infinito.




quarta-feira, 8 de maio de 2013

you're just so good to be true

Eu sei que você gosta dessa coisa de se apaixonar á moda antiga, sei que todos os seus amores te amaram tão bem assim, mas, eu tenho esse jeito de ter os pés firmes naquilo que me traz conforto, ainda. Se parecer exagerado, me perdoe, é mau hábito de querer gostar além da conta. Há de ser breve, há de ser mais breve do que  planejado, eu sempre perco as palavras e ações quando eu fico perto do teu afeto, tão clichê que você deve estar sorrindo com os olhos pra não me constranger, ou não. Eu fico procurando um jeito de complicar as coisas quando já é tão simples, erro meu, mas o sentido disso tudo é só medo, medo de perder o seu abraço, e eu abriria mão de todo aquele pote de sonhos pelo seu abraço. E você tá aqui tão perto que é bobagem ficar tentando descrever o sentimento, mas eu aposto na teimosia pra tentar te fazer sorrir. Em terceira pessoa o texto renderia mais, se transformaria num conto ou outra coisa qualquer com mais de quinze linhas, mas daí não sou eu tentando te fazer sorrir, seria eu tentando contar história que eu bato o pé no chão pra dizer que não me pertenceram jamais. E sabe de um coisa? Eu adoro o seu cabelo sem pentear, adoro a sua calça de tio gordo e a sua cara de macaco, e dizer isso em terceira pessoa não seria tão sincero assim.
É, eu já não tenho muita coisa pra falar.
Eu gosto de você e só. E espero que o meu afeto lhe seja sincero, e que faça bem ao coração, e ao olhos, e que lhe faça sorrir hora ou outra. Que o seu sorriso...ah! O seu sorriso é melhor que todas as outras coisas que eu puder pensar num intervalo longo de tempo. 
- E eu gosto de você. É!


E disse isso com olhos iluminados, cerrados e cabeça baixa, prevendo, desejando e temendo. Ora essa, deixa de coisa e vai ser feliz.





quinta-feira, 21 de março de 2013

Ana, sua banana.


Não, não quero mais. Mariana diz ter se cansado desse mal estar que a vida anda lhe rendendo, quer ir ser triste em outro lugar, noutra dimensão, se assim possível for. Encontrar outro canto pra meter essa solidão, outro canto mais confortável pra chorar as mágoas que nunca se afogam em copo algum. Juliana quer viver outra história de amor, carência bateu à porta, ah se pudesse se entregar praquele corpo quente que tanto lhe deseja abraçar, é tanto desejo que, ah! Melhor chorar a solidão! Esse mal gosto de julgar que ser feliz é vulgar. Eu lhe digo uma coisa, pequena, vulgar é esse manto de ilusão que jogaste aos teus pés, é tanta hipocrisia que chega a ser feio, quer tanto amar que ajoelha e reza pra não mais pecar. Pecado é esse teu labirinto, menina, pecado é fingir que não lhe dói nos ossos essa vontade de gritar. Morgana, tá se sufocando ali na escada com o lençol da bisavó. Que é que acontece com essa vida de desgraça que só leva ao capítulo mais triste da história? E se eu pudesse, e a pior parte do anseio é que eu posso, posso tanto que tenho medo de fazer. Mariana, Juliana, Morgana, saí dessa Ana, diz logo que é você se escondendo dentro de si mesma pra fazer teatro. Se liberta, pequena. No fundo é só uma, se escondendo nas desculpas de mil. Ana só quer dormir fora de casa, só por hoje, num abraço apertado, pra esquecer que chorou hoje mais cedo de tanta solidão.



terça-feira, 19 de março de 2013

Posso até me acostumar.


Fica mais doce a cada dia essa minha tristeza
fica bonita e tão confortável de chorar.

 E eu deito no meu próprio ombro
e fico contando gota por gota.
Tem tanta melodia, que dá dó pensar no cessar.

Eu sonhei tão bonito essa noite, era a morte, mas, era alegre, que parecia prece,
deu vontade e lá estava eu a rezar.



Fica bonito esse meu rosto,
 falta a cor,
mas,
eu gosto tanto de ver essa tristeza pintar a palidez.

 Queria tanto dar nome pra essa tristeza e fazer valer a pena essa vontade de ficar presa no tempo,
E olhar,
Olhar pro nada,
E sofrer, tão bonito.

E eu pego essa tristeza toda e faço chover.
A dor tá latejando aqui dentro e os olhos cerrados pra não entornar o sentimento.
Eu quero só pra mim esse tormento, não divido com ninguém.
Me deixa chorar, só por hoje.
Me deixa ser triste.
Me deixa.


 Tá tão bonita que eu quero botar moldura.











domingo, 17 de março de 2013

Mais um rabisco qualquer


Fácil é falar. E o que mais eu tenho pra dizer? Não tem nada não, a alma hoje deu pra se calar, fechou os olhos pro lado de dentro e só vê é esse sentimento que daqui a pouco já não há mais de caber nesse aperto que o coração oferece. Mas eu queria te contar como foi viver mais uma vez, porque foi tão bonito que não dá pra guardar só por aqui, te dou mais essa chance de sorrir do meu sorriso, bonita. E me parece que a rima já não se esquiva de sair, tá brotando como chuva dessa minha lágrima que dói. E eu quero te contar que foi tão lindo ver ela sorrir, e foi bonito até demais, que me rendeu essa resenha, e me rendeu uma dúzia de sorrisos tortos e uma légua de felicidade pra caminhar.  Se eu chorar na tua frente, me perdoa, por favor, é só mania de querer provar da própria dor, gosto bom não há de ter, salgado e impiedoso, mas a bossa tá tocando lá fora e eu botei açúcar nessa lágrima que insiste cair. Já me perdi no que teria de ser sentimento, mas você fica a cutucar essa ferida que cicatriza fácil até demais, que me faz recusar um nome mais bonito pra esse sentir. Só sei que viver por mais um dia compensou todas as dores do passado e todas que ainda hão de vir, e eu nem me lembro mais, já cessou esse sofrer,  me deixa sorrir por conta própria que amanhã já é segunda e a agonia há de brotar. Tempo, seu parnasiano, vai buscar outra realidade pra amedrontar, que eu já me cansei de esperar pra ter aquele sorriso aqui perto de mim, passa e passa logo, pra depois engatinhar, pra depois fazer poesia, que eu preciso daquele verso que eu esqueci no tempo de trás. Tão bom e tão bonito. E tão sincero, que me dói. E ah, tão real. A alma insiste em se calar, deixa eu viver essa poesia cá de dentro, deixa eu rir sozinha, deixa, bonita. Deixa eu sonhar por mim, e por você, e pelo teu amor. Sorri comigo, sorri que é bom. E vê se vive hoje, porque amanhã, amanhã não sei quando há de chegar. É cortesia dizer, mas como é bonito esse teu olhar.