quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Uma menina chamada...

Conheci uma menina chamada Sonho, era a mais doce de toda a redondeza. Tinha o olhar mais sincero, e o coração mais puro, onde guardava uma dose extrema de amor, dose nada terapêutica, prestes a causar uma bagunça inimaginável em qualquer mente sã. Tão sutil, tão certa, e ao mesmo tempo com tanto medo e uma tristeza solene no olhar, os olhos mais serenos que eu já vi em todo o lado leste. As vezes choro pensando naqueles olhos, negros, serenos, tristes e lindos, tão lindos. A alma é daquelas que se dispõe sobre todas as outras, tão leve, disposta a compartilhar de tua leveza. Sabe ouvir, apreciar, sabe distinguir os milhares de tons de azul do céu. Ah, quem me dera tanto amor, quem me dera amar tão, tão unicamente. Há corações por aí que não sabem do valor, da beleza e imensidão dos olhos da menina. Há corações que não suportariam tanto amor, se envaideceriam num culto à alma sem fim. Eu queria juntar esses corações num passe de mágica, ou melhor, num passe de dados. Queria uni-los, serenos, amantes, distintos. Porém, corações. Peço que cure toda a dor, que a livre de todo medo, que a tire da solidão a qual se propôs a viver, simplesmente por não entender, ou não enxergar a beleza, a ternura e o ser humano, o anjo, que és. Peço, ó Deus de todos os homens, que me faça permanecer por todos os anos perto dessa alma. Discretamente, ou não, lhe mostrarei as peças do quebra-cabeça perdido no tempo. E ainda haverá sonhos, e sorrisos, e amor. E cairá por terra a mascara que a cega, que a mantém distante da sua própria grandiosidade. Quero apreciar seus olhos, sempre, e sempre. E todo o lado leste virá, os mais lindos olhos, o mais belo coração, o mais terno ser que já conheci.



Para Mayara Ferreira, o ser mais terno que já conheci.



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