sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Olá, meu nome é Ana


Nada. A ideia de que nada dura pra sempre nunca me pareceu tão confortável. Por alguns instantes o café perdeu toda aquela graça magnífica. Isso já me aconteceu algumas vezes. Não é pra parecer dramático, mas caso isso aconteça a questão se resume em quanto amor eu ainda guardo. Talvez todo o esforço pra parecer insensível tenha me tornado mais doce que o esperado. Já cansei de ouvir de dezenas de bocas que a minha tristeza é tão doce, que chega a ser bonita. Tristeza, bonita. Não era isso que eu planejava ouvir anos atrás. Imaginava uma vida tão normal, tão previsível, e hoje, nem sequer o papel de parede se assemelha ao sonhado anos atrás. Era tão mais fácil, antes havia uma pequena chance de que a pouca força de vontade ainda existente tomasse conta. Eu era forte. Ou talvez, não. Quando paro pra pensar nos mil atos que já encenei, nas mil caricaturas, feições, nas mil palavras que tive de dizer. Eu sofri tanto. Eu chorei tanto. A criança tornou-se um velho lazarento sem grandes qualidades que chama atenção pela sua, tão doce, tristeza. A tristeza me cai bem, foi sempre assim. Triste, doce e, completamente, cheia de amor.Pode chorar no meu ombro, já me acostumei tanto com desabafos, que talvez, eu seja, tão somente, a tristeza em pessoa. Nunca mais sorrir não parece tão desastroso pra mim. Ao contrário. Aos 5 anos já não sorria mais. Aos 15, menos ainda. Hoje, o hoje tão somente hoje. The sweet sadness in your eyes. A tristeza vicia,e talvez, eu não queira a cura. Me sinto bem, por poder não sentir. Pode chorar no meu ombro, eu afago tuas lágrimas. Me dê sua tristeza e por mim sorria, assim talvez, mesmo com gosto de sal, banhada e grudenta de lágrimas, eu possa ser feliz. 



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