quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Doce, tão doce!


E ela diz que tem medo de morrer de medo, e o meu medo é não poder morrer de amor, morrer de medo de amar. É tanto amor pra falar, tanta história pra contar e pouco, quase nada, pra viver.  Vai se perdendo os sonhos, aprendendo a viver do amor que não é seu, e quando parar pra ver, não haverá um sequer de pé pra contar a história. Mas a história não cessa num só verso, tem sempre uma meia-volta inteira pra se repetir os mesmos erros, e um caminho novo inteiro pra lamentação. E eu a vejo chorar a falta de vida, mas nunca a vi disposta a viver, e é tão doce essa tristeza, que te leva pra onde der. Quando abrir os olhos vê se oferece um abraço, é o que ela precisa pra dar mais dois suspiros. Não custa nada sorrir quando o sorriso pede pra sair, é só sentir, aquela história do involuntário, nesse caso tão voluntario que serão necessários mais que abraços pra ver o céu se abrir naquele sorriso de menina que não sabe ainda beijar. Mas beija, mil bocas e mil corpos, sempre com a alma em  outro lugar, nunca sentiu um beijo sem pensar no arrependimento de beijar. E ama pensando no arrependimento de amar, e no fim, sempre no fim. Não sei qual o conceito de se começar pensando no fim, que todo começo tem fim não discordo, é a lei da vida e de todas as equações de álgebra que já respondi em toda a vida, mas é sempre bom enquanto dura. Vai que esse teu coração não muda essa universalidade do fim e faz eterno ou até que a morte os flagele. Dois passos, dois suspiros, um passo em falso e cara esparramada no chão. Lá vai a beleza se arremessar no labirinto do medo, mas que maldição. Não sai nem grito da alma, só cai lentamente, docemente. Diz que se acostumou com o fundo do poço, diz tanta coisa insana que eu tapo os ouvidos pra não chorar de amor. Tão belos, doces, insanos e desastrados olhos, caindo, lentamente. E ela diz que tem medo de morrer de medo, e o meu medo é morrer sem ver aquele sorriso se abrir mais uma vez. Que tapem esse tal labirinto, ou o tranquem, qualquer coisa que a afaste da queda. Porque eu a quero tão bem, e ela se quer bem, e ah, o resto é um cercado de folhas secas. Lhe dou um carinho, um abraço e um punhado de alegria a cada dia e tu me promete um punhado de sorriso? Ah menina, esse teu medo me deixou foi encantada. E ela diz que tem medo de não viver o suficiente, e o meu medo é que esse medo acabe e a roube os sonhos. E o meu medo é medo algum, porque ela há de ser feliz, e eu ei de ser feliz um pouco mais, trocando o medo pelo sorriso da menina. Abre esse sorriso, tão doce, tão sensato, mais lindo que o céu.












Nenhum comentário:

Postar um comentário