quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Resenhas de um capítulo que já teve fim! Diálogo entre dedos.

Rehab. Mas rehab de quê? Da vida? Reabilitar-se de algo assim tão natural? Reabilitar-se de como se leva a vida, talvez. Rehab de como se encara a vida, rehab de tanta coisa, tanta coisa natural, tanta coisa que não deveria exigir uma reabilitação. Mas, entretanto, todavia, na maioria das vezes exige. É! Somos dois corações cansados de viver de um jeito inusitado e nada estável. Instabilidade, isso não, não quero mais momentos instáveis. Mas diz isso com o interior tão instável como a pergunta que martela na cabeça:
- Devo ou não? 
Se deve ou não, só Deus, minha amiga. Se deve ou não, isso, somente a ti, tão somente pertence a resposta. Me responda, mas não pense duas, ou três vezes, só responda: tu queres ou não? 
- Sim! Devo! Assim como você, também deve. 
Mas devo o que? Reabilitar-me de que? Dos sonhos que nem vivi? Não tem sentimento pra ser reabilitado aqui dentro, minha amiga, só amargura de não poder sentir. 
- Se diz que existe alguma coisa, é porque existe sim. Reabilite-se da amargura.
Pois é! Se eu perdi os argumentos mil que comigo trago, talvez, ah, existe sim motivos que me fazem concordar. Volta  e meia e cá estamos, sofrendo, nos martirizando por amor, pelo amor ao extremo, e pela falta de amor por nós mesmas. Mas como diz o ditado, minha vó e o tio da esquina, pra amar ao próximo tem que se amar primeiro, senão não é de verdade. Fazer o que? A vida é assim, minha amiga, sofrer é só mais um detalhe, e o sofrimento uma hora ou outra compensa, será compensado. Ou não! 
- Será?
Será!
Me diz dessa esperança que lhe reservam os olhos, me diz dessa vontade de fazer com que tudo se resolva, onde foi que tu se encontrou com a vida que lhe rendeu tanto sentimento ainda bom, ainda guardado, ainda tão sóbrio mesmo em meio à essa vida tão embriagada em vinho barato e canções mais baratas ainda de amor. 
- Muito pelo contrário, minha querida, não me encontrei em nenhum lugar da vida, nem sequer uma ruela escura em que se possa cantar tais canções baratas ou sentar-se para beber vinhos, e justamente por isso, procuro pensar que algum dia, eu possa sim encontrar não uma ruela, não serei tão humilde em tal pedido, mas sim em uma estrada que leva à felicidade, ou como dizem por aí, uma estrada que seja a própria felicidade, e que percorramos toda. 
Felicidade. É bonito como saímos tão rápido do sofrimento pra parar na felicidade, como se o sofrimento não houvesse existido em verso algum. Mais bonito ainda é um coração que nem sabe no que acredita ainda ser tão sereno, tão mais belo do que um coração que prega uma doutrina minimizada. Seja lá o que for, meu coração não é digno de tal doutrina, ou de doutrina alguma. Ainda há tanto pra aprender de histórias tão distantes. Que a ciência me faça entender, que nem o mais certo, nem o mais humano, vive sem amor.
-  Estamos fadados a falar de felicidade quando se fala de sofrimento, ou vice-versa, são coisas tão próxima e tão distantes ao mesmo tempo, ou talvez não tanto assim, talvez esteja a felicidade tão próxima e nós é que não sabemos identificá-la atrás de uma fumaça que embaça os olhos, aquela que sai da mente por tão usada. Mas sei que acredito, que acredito ainda nessa tal felicidade que tanto se fala, acredito nesse tal de amor também tão citado. Às vezes basta, basta para que eu tenha a vontade de seguí-las, de vivê-las. E para quem diz que devemos nos amar primeiro, para assim conseguirmos amar outra pessoa, não parece tão difícil assim realizar tal façanha, me atrevo de chamar de façanha. 
Não vou tardar, não farei que vire milhões e milhões de frases que torturam os dois lados do cerebro. Enfim, Talvez seja tempo de nos despedirmos do que fomos há dois, três dias atrás. E quem sabe, amanhã ou depois, tudo isso seja mais fácil pra pensar e resumir em dois ou três atos. O que me importa, o que deveria lhe importar também, é que crescemos, e amadurecemos anos em poucos dias, por saber ouvir, e falar. Se puder lhe agredecer, mas de forma concreta, não pelos doces ou agrados, mas pelo sentimento, pelo ouvir, que tão somente me faz maior. E agradecer por poder dividir, o tão pouco que sinto. E assim termina, mais um capítulo. Deixemos a inspiração pros novos recomeços. Clichê, eu sei que assim pensaste! Mas amanhã será. E que seja doce.



Carolina Machado feat. eu.

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