quinta-feira, 21 de março de 2013

Ana, sua banana.


Não, não quero mais. Mariana diz ter se cansado desse mal estar que a vida anda lhe rendendo, quer ir ser triste em outro lugar, noutra dimensão, se assim possível for. Encontrar outro canto pra meter essa solidão, outro canto mais confortável pra chorar as mágoas que nunca se afogam em copo algum. Juliana quer viver outra história de amor, carência bateu à porta, ah se pudesse se entregar praquele corpo quente que tanto lhe deseja abraçar, é tanto desejo que, ah! Melhor chorar a solidão! Esse mal gosto de julgar que ser feliz é vulgar. Eu lhe digo uma coisa, pequena, vulgar é esse manto de ilusão que jogaste aos teus pés, é tanta hipocrisia que chega a ser feio, quer tanto amar que ajoelha e reza pra não mais pecar. Pecado é esse teu labirinto, menina, pecado é fingir que não lhe dói nos ossos essa vontade de gritar. Morgana, tá se sufocando ali na escada com o lençol da bisavó. Que é que acontece com essa vida de desgraça que só leva ao capítulo mais triste da história? E se eu pudesse, e a pior parte do anseio é que eu posso, posso tanto que tenho medo de fazer. Mariana, Juliana, Morgana, saí dessa Ana, diz logo que é você se escondendo dentro de si mesma pra fazer teatro. Se liberta, pequena. No fundo é só uma, se escondendo nas desculpas de mil. Ana só quer dormir fora de casa, só por hoje, num abraço apertado, pra esquecer que chorou hoje mais cedo de tanta solidão.



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