terça-feira, 29 de janeiro de 2013

My heart skipped a beat.


Ah, nucas! Um pescoço, um arrepio, você. Talvez, até eu pudesse me infiltrar nesse jogo de palavras, mas o risco não compensa a ilusão. Se ao menos a certeza me fosse amiga. Seus olhos, e que olhos! Ser humano nenhum, em qualquer grau de sanidade, jamais resistira aos teus olhos. Digo, talvez eu tenha resistido, resisto todos os dias. Não há sequer sentimento, amor, ódio ou desejo. São só seus olhos, tão somente teus, tão lindos. Talvez eu queira lhe mostrar afeto, mas, não há sequer palavras. O silencio fala tudo, teus olhos, o meu silêncio. Se me provoca o silêncio, certamente, ou melhor, é evidente que me tira a paz, o movimento e qualquer vestígio de ar que eu ainda possa oxigenar. Se fosse ao menos discreto, se fosse ao menos meu o teu olhar. Se eu me torno completamente inútil ao seu lado, de fato, deve haver algum espaço pra mim no teu jogo, tão limitado, de palavras. Me aperto, me dobro em alguns milhares de pedaços, se necessário for, e pra rimar, talvez me esforce nessa ideia de um quase inimaginável amor. Você sabe exatamente os efeitos que causa, e a sua falta de lucidez, seus questionamentos, sua intensidade em sentir é tão semelhante à quase loucura que eu costumo chamar de bela. Bela, não, não é bela, é  a coisa mais bem delineada que eu já criei. Meu perfil, bate, se encosta e atrai todos os polos dessa sua inocência pagã. Digo, não minto, jamais mentiria, teus olhos são os dois labirintos mais excitantes e belos nos quais eu pude me perder. Eu lhe pediria pra ficar, sentar frente a mim e me alucinar, me prender ao mais belo labirinto, à mais bela e perfeita sensação. Me perdoe, mas seus olhos, seus olhos.. Mas, o risco, o risco não vale. O risco vale todo e por completo. Morreria quantas vezes fossem necessárias pra poder vê-los novamente em mil vidas, infinitas. Poderia ser teu prendedor de cabelo, teu cão, teu vizinho da esquina, o tio da padaria. Seria o que fosse, o que desse, o que me fosse permitido, o que me fosse oferecido, seria, apenas. Mas, é como num filme qualquer, numa estória de fadas, num clássico de literatura, é como as coisas acontecem do lado de fora do mundo que criei pra nós, sempre tem um fim. Se for pra ter fim, eu prefiro morrer, ou sucumbir a insanidade. Se for pra nunca mais ver teus olhos, me cegaria a próprio punho. A covardia me impede de aceitar o fim. Se for pra ter fim, que nem inicio tenha. Desisto dos teus olhos. Desisto dos meus. Me afasto dos teus, me apego ao nada. Me afasto da vida, me afasto da história de quase amor inimaginável, mais uma, e outra, e outra, e outra vez.



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